Experiência religiosa benigna e patológica
DOI:
https://doi.org/10.37067/rpfc.v11i1.1104Palavras-chave:
experiência religiosa, ouvir vozes, fenomenologia, medicalizaçãoResumo
Utilizo análises fenomenológicas da audição de vozes em contextos religiosos para elucidar o papel epistêmico da fenomenologia na distinção entre experiência religiosa benigna e patológica. Primeiro, apresento descontinuidades fenomenológicas entre casos de audição de vozes benigna e patológica, baseando-me em um estudo de relatos em primeira pessoa de ouvidores de vozes no movimento pentecostal que evidencia que a audição de vozes não é inerentemente patológica. Em segundo lugar, apresento a continuidade epidemiológica de fenômenos psicóticos, recorrendo a um estudo das diferenças contextuais e responsivas entre os ouvintes clínicos e não clínicos, que apontam a contextos nos quais a audição de vozes não leva à patologia. Terceiro, apresento um caso bem-sucedido em que experiências anômalas são normalizadas, com base em estudos de experiência mediúnica que iluminam seus benefícios terapêuticos. Finalmente, argumento que deixar de levar em consideração a experiência vivida no momento do diagnóstico pode resultar na patologização de experiências benignas.
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